sexta-feira, 6 de junho de 2008

Resumo Livro Etica hacker


A lei de Linus
Segundo a lei de Linus, os fatores que atuam como motivações podem ser classificados em três categorias fundamentais. E o mais importante é, assim como o processo de evolução, passar de uma fase para outra ou mudar de categoria. As categorias são, netas ordem, “sobrevivência”, “vida social”, e “diversão”.
A primeira etapa, sobrevivência, é uma verdade incontestável. Qualquer se vivo procura a sobrevivência em primeiro lugar.
É certo que existem pessoas que valorizem os laços sociais mais que suas próprias vidas. O exemplo clássico da literatura em que essa valorização é encontrada em Romeu e Julieta, o ideal de “morrer por sua família, país, religião”.
Diversão pode parecer uma escolha meio estranha, mas o que quero dizer com diversão é mais do que jogar Nintendo. É xadrez. É pintura. É o exercício mental de tentar explicar o universo.
A Lei de Linus por si só não se preocupa com o fato de que essas são as três coisas que motivam as pessoas, mas que a evolução depende da passagem da fase da sobrevivência para a vida social, e desta para a diversão.

Capitulo 1
A Ética dos hackers no trabalho
Linus Torvalds diz que “para um hacker, o computador pro si só já é diversão”. Com isso, ele quer dizer que o hacker programa porque acha a programação uma atividade intrinsecamente interessante, excitante e lúdica.
O hacker sente-se fascinado pela programação, ele recarregar as suas energias. Originário do MIT da década de 1960, o hacker clássico emergiu da letargia e partiu para a programação com furor e, uma luz que ilumina o caminho quando o fogo é aceso, ela nasce na alma e alimenta-se imediatamente.
Visto por este prisma, os hackers de computadores representam um exemplo excelente de uma ética geral de trabalho, que podemos chamar de ética de trabalho dos hackers, que está ganhando espaço na sociedade virtual, na qual o papel dos profissionais de informação está se expandindo.
Vejamos que tipos de forças históricas duradouras e de forte cunho social a ética de trabalho dos hackers enfrenta nesse sentido. A expressão familiar, “ética protestante do trabalho” advém do famoso ensaio de Max Weber “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”.
Weber Demonstra a forma pela qual a outra principal força descrita em seu ensaio, a ética do trabalho ensinada pelos protestantes surgida no século 16 prove esses objetivos. O pastor Richard Baxter descrê a forma purista da ética do trabalho da seguinte forma: “É através da ação que Deus nos manteve e às nossas atividades; o trabalho é a ética e o fim natural do poder”, e dizer “Vou orar e meditar [em vez de trabalhar] é como se seu servo se recusasse a seu trabalho maior e se lançasse a algo menor e mais fácil”.
Baxter aconselha aos empregados a incutir nos trabalhadores a idéia de que o trabalho deve ser feito da melhor forma possível, tratando o assunto como um problema de consciência: “Um bom servo de Deus deve fazer todo o serviço em obediência ao Senhor, como se Ele Próprio tivesse ordenado”. Baxter resume essa postura referindo-se ao trabalho como um “chamado” que pe uma boa expressão das três atitudes básicas da ética protestante do trabalho: o trabalho de ser visto como um objetivo em si. Deve ser feito da melhor maneira possível; e deve ser encarado como um dever, que deve ser feito simplesmente porque deve ser feito.
A Razão de Viver
O ponto de vista de Richard Baxter em relação ao trabalho era completamente estranho à igreja do período pré-protestantismo. O trabalho não ocupava posição preponderante na igreja. Deus mesmo trabalhou sei dias e descansou no sétimo. O principal objetivo dos seres humanos também era esse: no Paraíso, assim como nos domingos, não seria necessário trabalhar. Estar no paraíso era esta fora do escritório. A resposta original do Cristianismo para a pergunta sobre qual seria o objetivo da vida era o que objetivo da vida era o domingo.

Vida e Paixão
Para os hackers, paixão descreve de forma geral o teor de suas atividades, embora sua realização talvez não seja totalmente um jogo divertido em todos os seu aspectos. Dessa forma, Linus Torvalds descreveu seu trabalho no Linux como uma combinação de um passatempo divertido e trabalho sério: “O Linux foi sempre pra mim um passatempo”. Embora um passatempo sério e criativo, o hackerismo também gera trabalho pesado. Em seu guia Como Torná-se um Hacker, Raymond comenta: “Ser um hacker é muito divertido, mas ao mesmo tempo é engraçado que a atividade exija muito esforço”. Contudo, o significado maior do objetivo final faz com que as partes mais chatas valham a pena. Raymond escreve que: “O trabalho árduo e a dedicação passam a ser uma espécie de jogo intenso em vez de trabalho pesado”.

Capitulo 2
Tempo é Dinheiro?
Outro aspecto central da maneira dos hackers trabalharem é sua relação com o tempo. O Linux, a Internet e o PC não foram desenvolvidos num escritório durante o horário comencial. Quando programou as primeiras versões do Linux, geralmente Torvalds trabalhava ate tarde da noite e acordava no começo da tarde para continuar seu trabalho. Torvalds às vezes flanava entre codificar o Linux e brincar com o computador, pu faze alguma outra coisa completamente diferente. Essa relação de liberdade com o tempo é característica dos hackers, que apreciam esse ritmo individual de vida.

Otimização do tempo
Não é possível evitar as conseqüências da otimização do tempo. Um bom indicador cultural de como o tempo é um assunto cada vez mais palpitante é a maneira como é apresentado o noticiário.
Mudanças tecnológicas ocorridas em um curto espaço de tempo tornam imperativo levar novas tecnologias aos consumidores de forma rápida, antes que outros concorrentes o façam. Os produtos retardatários ficam obsoletos, sendo que reações tardias às mudanças tecnológicas fundamentais são ainda piores.
Há exemplos excelentes da cultura da velocidade: a Amazon.com, a Netscape e a Dell Computer, que representam símbolos da mídia da economia da informação.
A compressão do tempo chegou a tal ponto que a competição tecnológica e econômica consiste em prometer ao consumidor que o futuro chegará a ele de forma mais rápida que chegaria por intermédio dos concorrentes. Comercializam-se novas invenções tecnológicas alegando que as mesmas trazem o futuro até o presente. De forma correspondente, na economia, ninguém que crescer esperando o futuro, motivo pelo qual as empresas da Rede valorizam-se tremendamente o ganho de tempo, muito antes de perceberem sua expectativas para o futuro.
Transformação do Domingo em Sexta-feira
Na velha ética do Protestantismo, centra no trabalho, não havia espaço para a diversão no trabalho. A glorificação dessa época reflete-se no fato de que o ideal da otimização do tempo está se estendendo à vida fora do trabalho.
A diversão, que a principio tinha sido banida do trabalho, também foi banida do lazer, e o que restou foi tempo de lazer otimizado.
No tempo de qualidade, todo o tempo ocioso é minimizado ou eliminado. Um pai que já tiver internalizado toda a cultura da velocidade poderá até mesmo acreditar que a própria criança também vivencia esse tipo de relacionamento da mesma forma ou até melhor um relacionamento em que o adulto tem tempo para dedicar aos filhos. Hochschild comenta: “Qualidade de tempo afasta a esperança de que programar extensos períodos de tempos juntos possa compensar toda a perda de tempo geral”.
A Transformação da Sexta-feira em Domingo
Se utilizarmos essa nova tecnologia para promover a centralização no trabalho, tecnologias como o telefone celular, poderão facilmente levar à dissolução do elo entre o trabalho e lazer. Tanto a otimização quanto a flexibilidade do tempo farão como que os domingos se pareçam cada vez mais com as sextas-feiras.

O Ritmo da Criatividade
Os hackers sempre respeitam o indivíduo, sempre se mostram contra o autoritarismo. Raymond define a posição dos hackers da seguinte forma: “A atitude autoritária tem que ser sempre combatida, pois, senão, sufocará você e outros hackers”.
A ética dos hackers também faz lembrar que, no meio da suspensão do valor e da liberdade realizada em nome do “trabalho”, essa pe a nossa vida e tem de ser vivida agora. Otrabalho é uma parte da vida, o modo de trabalho não é apenas uma forma de respeitar os trabalhadores, mas os seres humanos como tais. Os hackers não são adeptos do provérbio “tempo é dinheiro”, mas a outro ditado, “tempo é minha vida”. E, de certo, essa é a nossa vida, que deve ser vivida integralmente, e não como um protótipo da versão definitiva cheia de erros.

Capitulo 3
O Motivo é Dinheiro
Como já foi visto, a ética dos hackers é uma ética de trabalho que desfia a ética predominante do Protestantismo.
Ao escrever sobre as dimensões do principio do velho capitalismo, representada pela ética do dinheiro do Protestantismo, weber diz: “O summum bonum desta ética”, seu maior bem é ganhar cada vez mais dinheiro. Na ética do Protestantismo, trabalho e dinheiro são encarados como objetivos.
Alem de fortalecer a posição do dinheiro, a nova economia também fortalece a idéia da propriedade, que é a idéia central do velho capitalismo.

Dinheiro é um Motivo
Tais simplificações obviamente ignoram muitas facetas da natureza humana mas, dado o alerta teórico, o modelo de Torvalds e de Maslow podem lançar uma luz sobre as diferenças entre a motivação dos hackers e a motivação intrínseca da ética do Protestantismo. “Sobrevivência”, ou “Preciso ganhar a vida” é a resposta que a maioria das pessoas daria ao serem consultada sobre seus motivos para trabalhar ( e, provavelmente, a resposta seria dada com ar de surpresa, como se a mesma fosse óbvia). Mas o que ocorre de fato é que essas pessoas não querem dizer sobrevivência no sentido estrito, ou seja, ter comida, etc. Sobrevivência, segundo esses indivíduos, reflete um determinado estilo de vida, pois os mesmos não trabalham simplesmente para sobreviver, mas para satisfazer necessidades características de uma sociedade.
Estruturar a vida é questão básica e de vital importância. Se ganhar dinheiro for o objetivo principal, muitas vezes o individuo acaba deixando de lado seu verdadeiro interesse, que seria, na verdade, o reconhecimento. Acrescentar outros valores quando a idéia fixa de ganhar dinheiro já esta instalada é muito mais difícil que torna um interesse pessoal financeiramente viável ou menos rentável. No primeiro caso, o que se faz não é especialmente interessante nem para si nem para terceiros e, para vender o trabalho para terceiros, é preciso primeiramente fazê-los crer que essa tarefa extremamente enfadonha é, no final das contas, interessante.

Hackers Capitalistas
Bill Gates, o inimigo número um dos hackers, é um bom exemplo disso. Quando fundou sua empresa em 1975, Gates era um hacker, exatamente como Joy, Wozniak ou Torvalds. Os computadores eram sua paixão desde a infância, e todo o seu tempo livre era passado no computador da empresa local de informática. Gates ganhou reconhecimento como hacker ao programar o primeiro interprete da linguagem BASIC de programação sem acesso ao computador ao qual destinava-se (o MITS Altair); funcionava! Juntamente com seu amigo Paul Allen, Gates fundou a Microsoft com a intenção expressa de, inicialmente, cria linguagens de computador para PC’s. Esse ponto de partida, na verdade, é bem característico dos hackers, já que somente os hackers usam essa máquina para programação.
Após a fase de implementação da Microsoft, Gates ocasionalmente descreia seu comportamento em relação ao trabalho com um tom que se assemelhava mais à ética do Protestantismo do que à dos hackers.

Capitulo 4
A Academia e o Mosteiro
Na ética do dinheiro original dos hackers, o posicionamento que rege a nova economia, “que visa à obtenção do lucro racional e sistematicamente”, é desafiado pelo modelo aberto, no qual o hacker dá sua criação livremente para terceiro para que possam usá-la, testá-la e desenvolvê-la.
As atividades dos hackers têm como máximas a paixão e a liberdade de agir; entretanto, a essas máximas pode-se acrescentar um aspecto mais pratico de que, na Era da Informação, as novas informações são criadas mais efetivamente se introduzidos o elemento lúdico e a possibilidade de trabalhar segundo o ritmo individual de cada um.
A Academia e o Mosteiro
Outra metáfora possível para o modelo de fonte aberta é, novamente. A academia, à qual tal modelo assemelha-se ainda mais diretamente do que à catedral. Os cientistas também divulgam seu trabalho abertamente para que ele seja utilizado, testado e desenvolvido por terceiros. Suas pesquisas são baseadas na idéia de um processo aberto que autocorrige. Robert Merton também considerava essa idéia de auto-correção um marco. Ele a denominou de ceticismo organizado – historicamente, é ima continuação da synusia da Academia de Platão, que também incluía a idéia de abordar a verdade através do diálogo critico.
Sob um ponto de vista mais abrangente, pode-se dizer que, no modelo acadêmico, o ponto de partida também é um problema ou um objetivo no qual um indivíduo tem um interesse pessoal; então, o indivíduo acha sua solução particular (embora em muitos casos, a mera consolidação do problema ou a sua proclamação por si só já seja interessante).
O oposto desse modelo acadêmico aberto dos hackers pode ser denominado de modelo fechado, que não só permite o acesso apenas restrito às informações, mas que é também ditatorial.
Tanto cientistas quanto hackers aprenderam na prática que a ausência de estruturas fortes é uma das razões que torna esse modelo tão poderoso, Os hackers e os cientistas só têm de concretizar sua paixões e trabalhar em grupo com outros indivíduos com quem as compartilham.

O Modelo de Aprendizagem dos Hackers
O processo típico de aprendizagem dos hackers começa quando um problema interessante é estabelecido. O hacker, então, se lança em busca da possível solução utilizando, para tanto, diversas fontes e, depois, submete seu resultado a exaustivos testes. Aprender cada vez mais sobre determinado assunto torna-se uma obsessão para o hacker. A princípio, Linus Torvalds, um auto-didata, aprendeu a programas computadores num computador herdado de seu avô. Ele criava problemas para si mesmo e descobria do que ele precisava para resolvê-los. Muitos hackers aprenderam a programa dessa maneira informal, perseguindo suas próprias paixões. A capacidade que muitas crianças possuem de aprender problemas intrincados de programação demonstra a importância da paixão no processo de aprendizagem, em contraposição ao ritmo lento a que seus contemporâneos são submetidos em escolas tradicionais.
Um aspecto bem característico do modelo de aprendizagem dos hackers reside no fato de que o conhecimento de um hacker ensina a outro. Quando um hacker estuda código-fonte de um programa, não é raro esse hacker desenvolver ainda mais esse código e, dessa forma, outras pessoas podem aprender com seu trabalho. Quando um hacker verifica fontes de informação úteis a partir de suas próprias experiências. Forma-se uma discussão contínua, crítica e crescente em relação a diversos problemas. O mérito de participar dessas discussões é simplesmente adquirir reconhecimento.

O Modelo Social
Um aspecto de suma importância do hackerismo é que a mesma procura tem sempre em mente que resultados de grandes proporções podem ser obtidos pela cooperação direta das pessoas, e a única coisa que limita os resultados é a nossa imaginação. O modelo aberto dos hackers, por exemplo, poderia ser transformado num modelo social, que pode ser batizado de modelo de fonte aberta, através do qual seria anunciado: “tenho uma idéia, posso contribuir com X para implementá-la e espero adesões! Embora essa idéia de modelo aberto também envolva ação física, a Rede poderia ser utilizada como um método efetivo para reunir forças e, posteriormente, disseminar e explorar ainda mais essa idéia”.

Capítulo 5
Da Netiqueta à Ética da Rede
Além do trabalho dos hacker e da ética do dinheiro, a ética dos hackers apresenta ainda um terceiro aspecto, que pó ser chamado de ética da rede, ou nética. Essa expressão refere-se à relação entre hackers e as redes de sociedade em rede, e é aplicada num sentido mais abrangente que a expressão netiqueta (que diz respeito aos princípios de boas maneiras que devem ser observados na comunicação na Rede - por exemplo “evite críticas severas”, leia o arquivo com as perguntas mais freqüentes antes de enviar a mensagem.). Mais uma vez, nem todos os hackers compartilham dos elementos da ética da rede, mas ainda assim esses elementos estão unidos no seu contexto social e na sua relação com a ética dos hackers.
Privacidade ou Onisciência Eletrônica
A Rede talvez seja um meio de liberdade de expressão, mas também pode ser transformada num meio de vigilância. Tradicionalmente, muitos hackers trabalharam para evitar esse tipo de atitude, defendendo a privacidade no ciberspaço. Recentemente, os governos e empresas tentam violar a privacidade de diversas maneiras.
Na Era da Eletrônica, os usuários constantemente deixam rastros eletrônicos em vários bancos de dados. Quando mais eletrônica torna-se nossa era, mais vestígios podem ser encontrados.
Os hackers há muito chamam a atenção para o foto de que a manutenção da privacidade não é, de forma alguma, uma dádiva da Era da Eletrônica, mas, ao contrario, requer mais proteção consciente do que nunca.
No futuro, a privacidade não será apenas uma questão ética, mas também tecnológica. A implantação tecnológica de redes eletrônicas tem um grande impacto sobre o direito individual à privacidade. A ética virtual dos hackers de defesa da privacidade tornou-se um trabalho de união de forças: além de proteger a Rede, sua influencia tem de ser exercida em outras redes que armazenam detalhes sobre a vida das pessoas.



Realidade Virtual
A respeito desta ultima observação, a natureza da mídia convencional (especialmente da televisão), que faz de seu usuário um mero receptor, é muito diferente.
Embora muitas vezes a Rede seja chamada de “realidade virtual”, atualmente o telespectador freqüentemente experimenta situações virtuais, no sentido de serem irreais. Da forma como se apresenta, assistir a televisão evoca a sensação de que não pode existir nada pior.
O surgimento da sociedade virtual não traz, por si só, nenhum motivo que leve a crer na ilusão geral propagada, e livros como O Fim do Emprego de Jeremy Rifkin. De acordo com Rifkin, o papel do trabalho em nossas vidas diminuiria e nossa energia poderia ser mais concentrada em atividades de lazer. Na verdade, nas duas ultimas décadas, o tempo de trabalho não diminuiu, mas tornou-se mais longo. Qualquer reivindicação no sentido de reduzir a jornada de trabalho só se justifica comparando-se a sociedade industrial do século XIX (na qual chegava-se ao extremo de 12 horas de trabalho), mas não num contexto histórico ou cultural mais complexo.
Capitulo 6
O Espírito do Informacionalismo
Na Era da Informação, quase todo o conhecimento fica ultrapassado rapidamente. Então, para manter-se atualizado com os desafios de seus projetos em mutação, o profissional auto-programável precisa reprogramar sua experiência constantemente. Os desafios dessa época acelerada em que vivemos combinam-se com os desafios da flexibilidade do tempo, que são igualmente exigentes. Com as novas possibilidades mais flexíveis de trabalho – como a execução do trabalho em casa e o seu envio por computador -, os profissionais de informação devem aprender a ser também seus próprios gerentes e a se programarem com mais eficiência em favor do gerente.

Os Sete Hábitos do Desenvolvimento Pessoal
Através do desenvolvimento pessoal, esse mundo veloz e complicado é administrado ensinando pessoas a perseguirem objetivos cada vez mais específicos. Para alcançar suas metas num ambiente marcado pela competição a nível mundial, é preciso que as pessoas “façam pontaria” com mais precisão. É preciso focalizar um objetivo e excluir todo o resto, administrando a velocidade concentrando atenções no momento atual. É mais fácil administrar a vida quando os objetos são reduzidos a um apenas, e a um momento de cada vez. Tudo torna-se mais simples quando nos perguntamos se estamos vivendo de acordo com o objetivo que traçamos. O desenvolvimento pessoal simplifica tudo ainda mais ao dar respostas fixas para cada caso.
O tom religioso do desenvolvimento pessoal deixa claro que embora a finalidade desse método seja a consecução do objetivo que está mais próximo, em termos psicológicos ela não é somente um meio para atingir esse objetivo, Espiritualmente, a vida torna-se mais fácil na sociedade virtual se houver um atalho ao qual possa recorrer, e em cujo poder de salvação seja possível acreditar incondicionalmente.

O Espírito do Informacionalismo
A principio a sociedade virtual aparentemente não tem valores: empresas virtuais adaptam seus produtos aos valores de qualquer cultura, e inclusive incorporam tais valores culturais se encontrarem um mercado promissor. Alem disso, algumas culturas estão começando a abandonar os valores tradicionais que impedem a atividade das empresas virtuais para não serem excluídas da economia global.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que a economia da informação acrescenta novos valores aos valores já existentes, tais valores são projetados essencialmente para garantir a continuidade do velho Ideal de ganhar dinheiro. Dinheiro é um objetivo peculiar: embora o objetivo da sociedade – maximização do dinheiro, a realização deste objetivo não requer nenhuma mudança concreta no mundo. Isso está relacionado ao valor da flexibilidade.
A otimização é importante para as empresa virtuais, e a auto-programação está, novamente entrando nesse cenário.
A estabilidade completa a lista de valores que definem o padrão predominante nas sociedades virtual. Em nível governamental, a idéia manifesta-se na forma como os políticos reformularam a utilização de palavras como justiça e pás, por exemplo, substituindo-as pelo novo termo, estabilidade.

A Ética Virtual
Dentre os valores discutidos, a estabilidade é o que mais se aproxima dos valores éticos antigos. Entretanto, possui diferenças em relação aos outros valores em aspectos que demonstram perfeitamente as dificuldades encontradas pela ética na Era Virtual.
A lógica virtual requer constante otimização conectando e desconectando recursos conforme a necessidade, sendo que a única limitação é a necessidade de manter a rede estável.
Para relacionar essa lógica da exclusão dos grupos de trabalho alguns hackers defendem a formação de grupos de trabalho de inclusão como uma espécie de objetivo. O caso em tela é a instituição do hacker como o ponto central do desenvolvimento da Rede, a Sociedade da Internet. Sua ética é expressa pelo principio do “uso indiscriminado da Internet, independente de raça, cor, sexo, idioma, religião, etc.” A Sociedade da Internet defende a difusão da Rede e do ensino de habilidades em grupos a todos os que foram excluídos do desenvolvimento de empresa e governos.

A Ética dos Computadores
A aplicação da metáfora dos computadores aos seres humanos e à sociedade torna a ética real bastante difícil de ser aplicada. A otimização dos seres humanos e das empresas em termo de computadores leva à lógica da velocidade, fazendo com que a vida seja direcionada à sobrevivência, mas de uma forma diferente. Os objetivos perseguidos pelos pilotos de carro, ou seja, manter a estabilidade do carro para impedir que ele saia da pista. Mais uma vez, o ideal da estabilidade ameaça afastar as noções de ética.
A ética também exige uma perspectiva ao longo prazo: responsabilidade pelas conseqüências dos desenvolvimentos e capacidade de imaginar que o mundo esta se transformando em algo diferente.
Para se antecipar, os hackers tradicionalmente reservam algum tempo para experiências com idéias associadas a um futuro mais distante. Sabe-se que os hackers de computadores ficam à vontade no campo das pesquisas envolvendo o futuro e que muitos são fãs da ficção cientifica. Dessa forma não é de surpreender que um grupo de hackers tenha se juntador a Hillis pra fundar a Long Now Foundation, cujo objetivo é incentivar as perspectivas atuais.

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